sexta-feira, 5 de maio de 2017

Mania

Ansiedade, culpa, medo, fraqueza, hipocrisia.

Quando a angústia mental transpassa níveis de estado e sensação. Quando ela deixa de ser interiorizada e se estende pelo seu corpo lentamente e de forma repetitiva. A angústia agora é matéria. Tem pele e tem voz. Novas dores e prazeres desencadeados. Ela não soluciona e nem piora. Ela só é.

O que vem primeiro: a dor ou o prazer? Eu arranco pedacinhos das pontas dos meus dedos, da minha boca, da minha bochecha e da minha língua pela dor? O prazer está intrínseco na dor ou vagarosamente ela se tornou um deleite? Eu diria vagarosamente lidando com a dor e a transformando em gozo. Exatamente como todo o resto de porcaria que precisamos enfrentar.

Eu enfrento, eu paro? Eu enfrento, me adequo? Eu enfrento, transfiguro? Modifico a dor ou a estanco?

É tudo inconsciente, mas é tudo real. Eu não queria me torturar.

domingo, 21 de agosto de 2016

Esses dias, os últimos.
Miscigenação de sentimentos.
Primários e complementares.
O mulato advindo de uma explosão meio incômoda.
Incômoda agora, necessária adiante.

-

Espia a beleza lá dentro -escondida!-
Mira o enojo -escancarado!-
Espera o deleito -atrasado!-
Vomita essa pressa -imprudente!-

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Venha me lavar.


sábado, 22 de março de 2014

Encontre outro escudo! Escudos padronizados! Escudos talhados! Escudos adaptados! Escudos originais! Escudos que te encaixem! Procure. E encontre o melhor. Metralha da tua mente o resto. Faça tudo do começo. Faça tudo de novo. E de novo. E do começo. Novamente. Pegue. Agarre. Cuide. Desista. Pegue outro. Agarre. Cuide. Desista. Suje. Mele. Estrague. Se distraia. Se esforce. Apague. Esqueça. Dor. Não adianta. Essa merda. Vai me foder. Por um bom. Tempo. Drogas.   

Insisto e até imploro: me mostrem a graça disso tudo.

(17/08/12)

domingo, 16 de março de 2014

Do que to me dando conta:

O defeito é inibido quando você consegue bater de frente com a representação escancarada¹ dele.

¹ - não quer dizer pior.

E acho que era disso que eu tava precisando. Era isso que tava faltando.

A visualização do incômodo desperta a sensação de revolta. Revoltas têm fins audaciosos que, obrigatoriamente, imploram por alterações.
E qual o fim da mudança? Também espero por mudança?
A resposta é o que ainda me prende. E parece que por uma eternidade.

Acredite, a experiência me é essencial.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

"...Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca. Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro… Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto. O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.”
Tati Bernardi.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

"Não soltamos as mãos, nem elas se deixaram cair de cansadas ou de esquecidas. Os olhos fitavam-se e desfitavam-se, e depois de vagarem ao perto, tornavam a meter-se uns pelos outros. [...] Os olhos continuaram a dizer coisas infinitas, as palavras de boca é que nem tentavam sair, tornavam ao coração caladas como vinham..." (Machado de Assis, em D. Casmurro)

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Love was such an easy game to play.

P. McCart